3° ENCONTRO INTERNACIONAL DA EQUIPE DE ENDODONTIA DE CAMPINAS
PRÉ-ENCONTRO 2009
CONCLUSÕES: PRÉ-ENCONTRO 2009
1) Quais as novas tecnologias que deverão ser incorporadas na rotina da Endodontia clínica?
As tecnologias já foram incorporadas à endodontia, como microscópio operatório, instrumentos de NiTi, instrumentação ultrassônica, MTA, etc. No entanto, algumas precisam ser solidificadas ou enfatizadas, em especial no Brasil: radiografia digital (menor radiação, interface com pacientes/ indicadores); oroscópio (fibra ótica para observar o interior dos canais- sem sucesso até o momento); Cart ergonômico para trabalho do endodontista, que possa conter todos os elementos de trabalho do endodontista, como ultrassom, touch´n heat, obtura, entre outros; PDT/ laser de baixa potência, bem como laser de alta potência; Cone Beam (uso cada vez mais acentuado); melhor desempenho dos materiais obturadores endodônticos, com tendência ao material adesivo; tentar analisar a otimização com qualidade propiciada por cada tecnologia; tecnologias que propiciem melhor relação custo/benefício e adaptação às condições sócio-econômicas do Brasil.
2) Quais as perspectivas da pesquisa em Endodontia em nível mundial?
Regeneração pulpar: estudos com células-tronco, etc. Perspectivas de tal acontecimento em curto espaço de tempo (5 anos, segundo alguns dos presentes); Aprimoramento das ligas dos instrumentos enododônticos, com provável surgimento de novas ligas; estudos com reflexo clínico ou interface clínica (prospectivos ou retrospectivos), estudo da adesividade dentro do S.C.R.; microbiologia, apesar de certa saturação nas metodologias; novos materiais endodônticos; existência de interesse comercial nas pesquisas.
3) Qual o conceito de Endodontia baseada em evidências? A experiência clínica tem valor na avaliação das evidências?
Os trabalhos de revisão sistemática vieram a colaborar com o desenvolvimento dos parâmetros de pesquisa e clínica, no entanto nunca irão sobrepor a necessidade de novas pesquisas para o aprimoramento da odontologia.
A pesquisa deve ter como objetivo a clínica, que é soberana, portanto, apesar do dado experiência clínica ser subjetivo, fatores como habilidade do operador, devem ser levados em consideração quando da análise, por exemplo, de uma determinada técnica endodôntica.
4) Sociedade Brasileira de Endodontia.
Foi discutida, aplaudida e apreciada por unanimidade a formação da Sociedade Brasileira de Endodontia organizada, pelo Prof. Manoel de Lima Machado, com o apoio de vários profissionais da área de endodontia. A entidade foi reconhecida por órgãos internacionais de odontologia. Foi discutida a carência atual de uma associação que possa representar a endodontia nacional. Contatos para participação: professormachado@hotmail.com.
Todos os participantes da mesa, representantes de várias associações e universidades prestaram solidariedade e apoio ao projeto.
COORDENADORES: CARLOS BUENO & RUY HIZATUGU
O Prof. Gilson de Sydney disse:
O que as previsões sistemáticas mostram é que não temos evidências científicas sólidas até o momento em endodontia. O número de casos e/ou de trabalho in vivo não são suficientes para que uma meta-análise possa traduzir uma evidência clínica confiável. As revisões sistemáticas acenderam o sinal de alerta, e cabe a nós todos pensar diferente em nossas publicações, visando estudos in vivo.
Ruy Hizatugu disse:
De acordo com Artigo publicado na Folha de São Paulo em 04, de abril de 2009, recomendações, protocolos médicos e odontológicos (por extensão endodônticos) não estão escritos em pedra pelo cinzel infalível da ciência. O estado da arte sobre procedimentos corretos sofrem revisões constantes ( a ciência é extremamente mutável - impermanente), à luz de uma série de estudos clínicos. Por exemplo, o estudo publicado pela Associação médica Americana revelou que apenas uma pequena minoria das diretrizes (American College of Cardiology/ American Heart Association) se fundamenta em evidências sólidas. Apesar disso, o protocolo americano orienta a prática de cardiologistas no mundo todo, inclusive no Brasil. Só 11% de 2711 recomendações específicas em vigor se apoiam em testes clínicos realizados por muitos centros ou nas chamadas meta-análises, que contabilizam resultados estatísticos de vários testes clínicos. estes dois tipos de estudo constituem o nivel A de evidências reconhecida pela classe médica. O estudo de Pierluigi Tricoci avaliou 7196 recomendações e concluem que o processo de diretrizes precisa ser revisto. Só com uma medicina cada vez mais baseada em evidências pacientes, médicos e administradores da saúde terão segurança de recorrer aos melhores tratamentos - sem onerar desnecessariamente um sistema de saúde que, por toda parte enfrenta dificuldades de financiamento.
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