No ano de 2006 ou 2007 tive o grande prazer de concluir a leitura do livro do Professor Ruy Hizatugu sobre Sessão Única e lá pude notar uma certa tendência real sobre a instrumentação efetiva do forame apical... Neste mesmo ano (2007 eu acho) liguei para o Ruy em seu consultório para conversamos sobre o assunto e combinamos de nos ver em uma aula sua em Curitiba... Nesta ocasião, o mesmo falou "ao vivo" que já a algum tempo estabelecia o seu limite apical de instrumentação no forame e travava o cone principal ou cone mestre 1mm aquém... Uma das dúvidas que pairou em minha mente foi a seguinte: falamos tanto da eficiência e da importância de um bom selamento coronário...Estudamos arduamente para executarmos aberturas endodônticas o mais conservadoras possíveis...Temos grupos de pesquisa em Endodontia que se dedicam verdadeiramente ao estudo da adesão dentinária para proporcionar efetivamente a blindagem coronal pautados em trabalhos de pesquisa afirmando que a importância de um bom selamento coronário é praticamente a mesma de um correto selamento apical... No entanto, ao mesmo tempo, alguns estão preconizando a instrumentação foraminal, o que na minha humilde opinião, no mínimo, aumenta a via de acesso à infiltração basteriana na região... Vejo aí um certo paradoxo... Instrumentar o forame pautados na possibilidade de uma melhor limpeza é algo que ainda não está embasado cientificamente... Além disso, especulando um pouquinho utilizando como ferramenta a nossa própria imaginação associada ao que podemos comprovar, principalmente, na pré - clínica (onde podemos ver o forame de forma direta e não somente sentir), ao instrumentarmos o mesmo em canais curvos, existe a real possibilidade de uma maior limpeza, porém, ela ocorre mais nas paredes externas da curvatura podendo até transportar ou alterar significativamente a morfologia foraminal...Será que isso é o ideal? Será que a instrumentação na constrição apical ou o mais próximo dela não se constitui em um ato clínico mais seguro já que sabemos que ali estamos trabalhando no canal dentinário sem lesar demasiadamente o tecido periodontal que ocupa o canal cementário? (OBS. não estou falando em não realizar patência ou manutenção do coto pulpar...Este assunto já está esclarecido!!!) Desta forma, além de uma instrumentação o mais biológica possivel, estaríamos também contribuindo para evitar um possível extravasamento de material obturador... Acredito que o ideal seria se conseguissemos obturar milimetricamente todo o canal radicular... Porém, ao tentarmos esta manobra clínica, o risco de extravasamentos de Guta Percha seria muito grande e por este motivo travamos o cone a uma certa distância para evitar esta ocorrência...O cimento ocupando este espaço até seria interessante se conseguissemos "pará - lo" exatamente na saída foraminal...Aí está o problema...Nós não temos este controle!!!!! Visto isso, já que podemos evitar, por que dar chance para um extravasamento de cimento já que ele é desnecessário e não provoca nenhum benefício real ao processo de reparo... Estes cuidados começam bem antes, isto é, na determinação de nosso limite apical de instrumentação...Então, pq instrumentarmos o forame? Um grande abraço!!! Ricardo
RICARDO MACHADO Graduado pela UNIVALI -Universidade do Vale do Itajaí - Itajaí/SC Especialista em Endodontia - UEL - Universidade Estadual de Londrina - Londrina/PR Mestrando em Endodontia - PUC/PR - Pontificia Universidade Católica do Paraná - Curitiba/PR
No ano de 2006 ou 2007 tive o grande prazer de concluir a leitura do livro do Professor Ruy Hizatugu sobre Sessão Única e lá pude notar uma certa tendência real sobre a instrumentação efetiva do forame apical...
ResponderExcluirNeste mesmo ano (2007 eu acho) liguei para o Ruy em seu consultório para conversamos sobre o assunto e combinamos de nos ver em uma aula sua em Curitiba...
Nesta ocasião, o mesmo falou "ao vivo" que já a algum tempo estabelecia o seu limite apical de instrumentação no forame e travava o cone principal ou cone mestre 1mm aquém...
Uma das dúvidas que pairou em minha mente foi a seguinte: falamos tanto da eficiência e da importância de um bom selamento coronário...Estudamos arduamente para executarmos aberturas endodônticas o mais conservadoras possíveis...Temos grupos de pesquisa em Endodontia que se dedicam verdadeiramente ao estudo da adesão dentinária para proporcionar efetivamente a blindagem coronal pautados em trabalhos de pesquisa afirmando que a importância de um bom selamento coronário é praticamente a mesma de um correto selamento apical...
No entanto, ao mesmo tempo, alguns estão preconizando a instrumentação foraminal, o que na minha humilde opinião, no mínimo, aumenta a via de acesso à infiltração basteriana na região...
Vejo aí um certo paradoxo...
Instrumentar o forame pautados na possibilidade de uma melhor limpeza é algo que ainda não está embasado cientificamente...
Além disso, especulando um pouquinho utilizando como ferramenta a nossa própria imaginação associada ao que podemos comprovar, principalmente, na pré - clínica (onde podemos ver o forame de forma direta e não somente sentir), ao instrumentarmos o mesmo em canais curvos, existe a real possibilidade de uma maior limpeza, porém, ela ocorre mais nas paredes externas da curvatura podendo até transportar ou alterar significativamente a morfologia foraminal...Será que isso é o ideal?
Será que a instrumentação na constrição apical ou o mais próximo dela não se constitui em um ato clínico mais seguro já que sabemos que ali estamos trabalhando no canal dentinário sem lesar demasiadamente o tecido periodontal que ocupa o canal cementário? (OBS. não estou falando em não realizar patência ou manutenção do coto pulpar...Este assunto já está esclarecido!!!)
Desta forma, além de uma instrumentação o mais biológica possivel, estaríamos também contribuindo para evitar um possível extravasamento de material obturador...
Acredito que o ideal seria se conseguissemos obturar milimetricamente todo o canal radicular... Porém, ao tentarmos esta manobra clínica, o risco de extravasamentos de Guta Percha seria muito grande e por este motivo travamos o cone a uma certa distância para evitar esta ocorrência...O cimento ocupando este espaço até seria interessante se conseguissemos "pará - lo" exatamente na saída foraminal...Aí está o problema...Nós não temos este controle!!!!! Visto isso, já que podemos evitar, por que dar chance para um extravasamento de cimento já que ele é desnecessário e não provoca nenhum benefício real ao processo de reparo...
Estes cuidados começam bem antes, isto é, na determinação de nosso limite apical de instrumentação...Então, pq instrumentarmos o forame?
Um grande abraço!!!
Ricardo
RICARDO MACHADO
Graduado pela UNIVALI -Universidade do Vale do Itajaí - Itajaí/SC
Especialista em Endodontia - UEL - Universidade Estadual de Londrina - Londrina/PR
Mestrando em Endodontia - PUC/PR - Pontificia Universidade Católica do Paraná - Curitiba/PR